Aliquis
Um poema
Do suor da testa, esculpimos sonhos
Que ardem e derretem em vão ao sol
Escorre o pranto que acumulam tantos
No rio que corre o que clama o canto
O que queres tanto jaz neste rio
Que flui os bens de quem já sorriu
Não pule não, não tente nadar
Pois jamais voltou quem veio do mar
O mar é calmo, certo e simpático
Há tanto espaço qu’eu nem me acho
Não sei se existo, se há outro ser vivo
Nunca fui visto, chorado, lembrado
Subimos ao rio, não há graça no mar
Tant’água em vão sem chão para um lar
Onda alguma jamais correnteza
Vivemos da esperteza
Pois não há certeza
Querer não é poder, mas é permitido crer
Abandonamos o mar, para no rio morrer
Chegando à nascente, plantamos a semente
Dum futuro clemente, que o mar contente
Esculpimos este caminho com lagrima e dor
Não há expectativas, só há o louvor
Que a água que te banha vem dum rio
Do suor do sonhador, que viveu, que riu
Ass. Ygor Rebouças